terça-feira, 24 de março de 2015

Morte de procurador foi encomendada em dezembro

Uma entrevista coletiva com os delegados da 5ª SDP (Subdivisão Policial) no fim da tarde desta segunda-feira (23) esclareceu a morte do procurador jurídico da prefeitura de Chopinzinho, Algacir Teixeira de Lima, 51 anos. Ele foi assassinado com seis tiros no dia 16 de março, por volta do meio dia, na garagem do prédio onde morava, no centro da cidade.

O delegado de Chopinzinho, Alexander Meurer, revelou que os mandantes do crime foram o prefeito de Chopinzinho, Leomar Bolzani (PSDB) e o ex-funcionário da prefeitura, Giovani Baldisseira, mais conhecido como Pardal. As investigações apontam que os dois teriam encomendado a morte do procurador ainda no mês de dezembro de 2014. O contato com os pistoleiros foi feito por meio do casal Elvi e Nilton Ferreira, que moram em Saudade do Iguaçu e fazem trabalhos de bruxaria (macumba). Elvi teria sido a intermediadora entre os mandantes e os contratados para matar Algacir.

Em depoimento a mulher revelou todo o esquema, que foi confirmado por Jeferson da Rosa Nascimento, um dos envolvidos e o primeiro a ser preso pela polícia após o crime. Ele foi até Chopinzinho acompanhado do irmão João da Rosa Nascimento e do autor dos disparos Darci Lopes de Aquino, conhecido como ‘Nego Aquino”. O valor acertado para matar o advogado foi de R$ 6.500,00. Parte desse valor, cerca de R$ 2.500,00 foi pago pelos mandantes no momento da contratação em dezembro, quando o plano deveria ter sido executado. A responsável por intermediar os contatos dos mandantes com os matadores foi presa junto com o marido no domingo (22), pela manhã.

Na ocasião, a Polícia Civil também cumpriu mandados de prisão contra o prefeito Leomar Bolzani e Giovani Baldisseira (Pardal). Ambos foram encontrados em casa e conduzidos à 5ª SDP de Pato Branco. O autor do crime, Darci Lopes de Aquino, foi preso em Laranjeiras do Sul no sábado (21) e levou a polícia até o interior de Porto Barreiro, onde foi encontrado o revólver calibre 38, usado para matar Algacir. O outro envolvido no crime, João da Rosa Nascimento se entregou à polícia no domingo (22), a noite.

Além dos depoimentos individuais, os acusados passaram também por uma acareação e o único a mudar a versão, segundo o delegado, teria sido Giovani.  O crime foi encomendado pelo fato do procurador ter descoberto algumas irregularidades na administração do município, as quais poderiam resultar no bloqueio das contas e até mesmo na cassação do prefeito.

Uma das irregularidades, apontadas pela polícia, foi nos processos licitatórios que não estariam mais passando pelo procurador para dar seu parecer. Ao descobrir os fatos, Algacir teria encaminhado provas ao Ministério Público da Comarca de Chopinzinho. Quanto a prisão de uma mulher de 54 anos, que atua na contabilidade da prefeitura, o delegado Getúlio de Moraes Vargas, disse que o nome dela foi citado pelos três executores do homicídio.

Ao todo oito pessoas foram presas pelo envolvimento no crime. Todas tiveram mandados de prisão temporária de 30 dias decretados pelo Poder Judiciário da Comarca de Chopinzinho, exceto o prefeito que por conta do foro privilegiado teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Os preso permanecem recolhidos na carceragem da 5ª SDP (Subdivisão Policial) de Pato Branco a disposição da justiça. Em contato ontem com o advogado do prefeito, Roberto Brzezinski, o mesmo adiantou que teve acesso ao processo no domingo e ainda estava analisando. Hoje (24) pela manhã ele se reuniu com a esposa do prefeito e alguns secretários.

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